Uma equipe de médicos pesquisadores norte-americanos desenvolveu uma análise para estudar se a velocidade de interpretação de um radiologista está ligada a sua precisão diagnóstica.

Publicado no American Journal of Roentgenology, o estudo afirma que não existe nenhuma relação comprovada relacionando as duas variáveis.

Os autores acrescentaram que a literatura revisada sobre esse assunto contém respostas concorrentes. Alguns pesquisadores acreditam que a velocidade pode levar a uma maior precisão, mas outros dizem que isso resulta em mais erros.

Direções opostas
Os responsáveis pela análise são Dr. Lawrence R. Muroff, do Departamento de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida e Dr Leonard Berlin, do Departamento de Radiologia do Skokie Hospital, em Skokie, Illinois.

“Aqueles que não favorecem relacionamento (ou uma relação positiva) entre velocidade e precisão notam que o treinamento subespecializado, a familiaridade com o tipo de estudo que está sendo interpretado e a confiança resultam em leitura mais rápida, com melhor precisão e com maior entusiasmo”, afirmam.

A análise diz que existem argumentos em duas direções opostas. Há pesquisadores que acreditam que a familiaridade e especialização fazem com que o radiologista faça interpretações mais rápidas e precisas.

Mas por outro lado, existem os que afirmam a relação contrária. Para estes, a pressão por produtividade pode resultar em desatenção na interpretação das imagens e, consequentemente, descobertas perdidas.

Os autores também pontuaram que alguns profissionais que trabalham de forma mais lenta, argumentam que o fazem para ter mais atenção. Mas segundo eles, esse tipo de afirmação dá margem para a compreensão de que os radiologistas que são mais rápidos são menos cuidadosos.

Seguindo essa linha, também descobriram que muitos artigos revisados por pares sobre este tópico são “baseados em um pequeno número de radiologistas que interpretam um número limitado de estudos de imagem”.

Conclusão
Outra questão que torna difícil aprender com estudos semelhantes é que pode ser muito difícil levar em consideração todos os outros detalhes – a duração do dia de trabalho, distrações, fadiga e assim por diante.

“Reconhecer essa combinação de fatores ao avaliar a precisão do diagnóstico dos radiologistas é importante”, escreveram os autores.

No geral, Muroff e Berlin concluíram que o máximo que pode ser dito sobre a relação entre a velocidade de um radiologista e sua precisão é que não há conexão clara e comprovada entre os dois.

Muitos estudos têm abordado esta questão ao longo dos anos, mas a maioria das evidências é insuficiente para fazer quaisquer declarações precisas.

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