Pesquisadores dos Emirados Árabes Unidos desenvolveram 6 etapas para resolver os problemas causados por não comparecimentos em clínicas de radiologia.

O não comparecimento dos pacientes já era uma ocorrência dispendiosa nos centros de imagem antes da pandemia. Mas seu impacto foi ampliado no momento em que os radiologistas estão enfrentando recursos escassos e enormes atrasos no atendimento.

Os pacientes podem ter inúmeras razões para procurar seu médico – desde cuidados infantis a medo e ansiedade, problemas de transporte ou cobertura de seguro.

As práticas sábias de radiologia devem encontrar maneiras de antecipar e atenuar esses obstáculos para manter seus calendários totalmente reservados, escreveram especialistas na revista Risk Management and Healthcare Policy.

A autora principal, Dounia Marbouh e seus colegas, conduziram recentemente uma revisão da literatura e ofereceram conselhos que os líderes da prática podem seguir para começar a tratar desse fenômeno.

“Os pacientes que não comparecem atrapalham o sistema de atendimento médico, criando ineficiências e mantendo ociosa a utilização de recursos valiosos”, observou Marbouh, do Centro de Pesquisa em Cadeia de Suprimentos e Operações Digitais da Universidade Khalifa, Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos.

“Identificar todos os possíveis fatores subjacentes aos no-shows com estratégias de mitigação apropriadas pode ajudar as organizações de saúde a reduzir e absorver esse impacto”.

Ela e seus co-autores sugeriram seis estratégias de mitigação decorrentes de suas análises:

1) Diminuir o tempo de espera entre o agendamento e o compromisso real. Os pacientes geralmente são sensíveis a atrasos, com qualquer tempo de entrega maior que duas semanas aumentando a probabilidade de que eles deixem de comparecer.

2) Usando lembretes automatizados, como mensagens de texto, e-mails ou telefonemas, com um estudo anterior estimando que o último poderia reduzir as taxas de não comparência em mais de 21%.

3) Criar uma linha de cancelamento separada que use linguagem de comunicação “inteligente”, dando aos pacientes a coragem de cancelar sua consulta se estiverem em cima do muro e souberem que a presença é improvável.

4) Aproveitar a análise preditiva analisando o histórico passado de um paciente no prontuário eletrônico e criando modelos que calculam a probabilidade de que eles apareçam. Isso também pode ajudar com estratégias de overbooking, acrescentaram os autores.

5) Cobrar uma taxa de não comparência é uma prática típica no setor de companhias aéreas, e os provedores de radiologia também podem obter sucesso na cobrança de multas financeiras ou no incentivo a pessoas com registros de presença limpos.

6) Reduzir o medo e a ansiedade que os pacientes podem experimentar ao receber serviços de imagem, principalmente para aqueles com claustrofobia cansados dos exames de ressonância magnética.

“É crucial desenvolver estratégias, como fornecer informações detalhadas aos pacientes, uso de ferramentas audiovisuais e protocolos de redução de ansiedade”, escreveram os autores.

“Essas estratégias, além de fornecer aos profissionais de saúde o treinamento certo, podem tornar os pacientes mais habilitados em medicina sobre sua condição e mentalmente preparados para comparecer à consulta sem preocupação e medo desnecessários”.

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