O que médicos podem fazer para que pacientes não busquem informações na internet e acabem com um diagnóstico errado?

Atualmente é muito comum que pacientes consultem em sites de busca sobre seus sintomas. E existem cada vez mais sites que se dedicam a interpretar esses sintomas e oferecer opções de quais doenças se encaixam para cada situação.

Porém, uma pessoa leiga na área da medicina nem sempre consegue identificar corretamente o que está acontecendo. O que, em grande maioria dos casos, causa estresse nesses pacientes devido a interpretações equivocadas.

No que diz respeito a exames de imagem não é diferente. As pessoas costumam gostar de ter acesso às imagens e relatórios radiológicos mesmo que não entendam muito bem as informações que estão contidas ali.

Pacientes no comando
Cada vez mais pacientes estão se empoderando do controle da sua saúde e, por isso, querem ter acesso a todas as informações obtidas em consultas e exames. Registros Eletrônicos de Saúde e portais do paciente permitem que isso aconteça.

Dessa forma, profissionais da saúde estão sendo incentivados a pensar como o receptor dessas informações. Oferecer informações com clareza é o primeiro passo.

Na maioria dos casos, quando o paciente tem acesso a um laudo sem ambiguidades já diminui o risco de estresse. Assim, não existe margem para que ele se preocupe com resultados que na prática são insignificantes.

Interpretação
O próximo passo seria compreender que apenas dar acesso a resultados de exames não basta. O paciente precisa de orientação e interpretação dessas informações. Isso é necessário para que eles tenham um diagnóstico correto vindo de um profissional especializado. Não apenas especulação resultada de uma busca no Google.

Os médicos radiologistas e especialistas são capazes de explicar as descobertas do relatório de uma maneira que o paciente possa entender o contexto do curso da doença. Só então as consequências não intencionais do sofrimento do paciente podem ser evitadas.

O tempo que os médicos gastam discutindo os relatórios de radiologia com os pacientes não é reembolsável. Mas isso não deveria ser um desestímulo para ter as conversas, já que o comprometimento de tempo é modesto.

Relacionamento e comunicação
Pesquisas estão sendo realizadas também no que diz respeito ao formato e a linguagem que esses relatórios devem ter. Quando esses resultados vem em formato de carta, por exemplo, com uma linguagem mais simples ou até mesmo de forma interativa na internet, é vantajoso para os pacientes.

Dessa forma, o relacionamento médico/clínica – paciente melhora, além do nível de satisfação para com seus radiologistas e especialistas. Em termos de mercado, quanto mais satisfação o paciente tiver com seus cuidados, melhor para as clínicas e para os médicos. É necessário caminhar rumo às inovações, e de pouco adianta toda a tecnologia se a comunicação com o paciente é ineficaz.

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