Em 2019, o Brasil foi o quarto país do mundo com a maior distorção na inflação médica e variação deve continuar para 2020.

Um estudo da consultoria global Aon estima que o Brasil fechou o ano de 2019 com a chamada inflação médica em 17%. Esse número representa cinco vezes o IPCA do país, taxa que mede a inflação em toda a economia do país.

A taxa representa a variação nos preços dos serviços de saúde como exames, consultas, internações e insumos.
Apenas Costa do Marfim, Uganda e Malásia ficam atrás do Brasil nesse indicativo.

Segundo o estudo, a variação alta deve continuar no ano de 2020. A previsão é de inflação médica de 15% para um índice geral de 4,1% previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com as empresas privadas de saúde, os principais fatores que fazem a inflação médica subir são o envelhecimento da população e a incorporação de novas tecnologias.

Como resolver a questão

Do outro lado do ranking da Aon, entre os países com menor inflação médica é comum o foco na atenção primária, com modelos baseados em ambulatórios e médicos de família.

A ideia é dar atenção para o histórico do paciente como um todo, incluindo o estilo de vida, com objetivo de prevenir doenças ou acelerar os diagnósticos.

Na Suiça, a inflação médica é igual a do restante da economia. Isso porque o país adotou um sistema diferente na remuneração de serviços de saúde para lidar com o envelhecimento da população e surgimento de novas tecnologias.

Lá, hospitais, clínicas e laboratórios são pagos pelo número de pacientes atendidos, num modelo de pacote fechado. Isso evita repetição de exames ou tempo de internação desnecessário e estimula a eficiência nos serviços.

Japão e França também fazem isso, mas dividem mais os custos dos serviços com os segurados para coibir o uso desnecessário.

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