Um dos principais pilares do atendimento humanizado é a comunicação, o que poode ser um certo desafio para profissionais da Radiologia.

Uma comunicação eficiente é fundamental para qualquer atendimento e eventual tratamento de pacientes em qualquer especialidade. Até porque, para um diagnóstico, é imprescindível que o médico converse com o paciente durante a consulta.

Inclusive, alguns problemas de comunicação podem até diminuir a taxa de adesão aos tratamentos, uma vez que boa parte do processo está diretamente relacionado à conversa entre médico e paciente, além do quanto aquele médico conseguiu influenciar e convencer sobre o tratamento proposto.

Além disso, do ponto de vista dos negócios, um mau atendimento ao paciente pode comprometer a reputação do profissional ou então da instituição de saúde. Dessa forma, assegurar a qualidade no atendimento faz a diferença também para aumentar a sua competitividade frente aos concorrentes.

Por isso, cabe ao profissional da saúde estar aberto a ouvir, acolher e dialogar com os pacientes para entender como a história da pessoa pode interferir no seu quadro clínico.

Desafios da Radiologia

A área da Radiologia, porém, apresenta ainda mais desafios quando o assunto é relacionamento médico-paciente. Isso porque, em muitas subespecialidades, o médico radiologista tem pouco (ou nenhum) contato com seus pacientes.

A humanização na radiologia pode se traduzir na construção de relacionamentos mais saudáveis durante o atendimento, melhor recepção aos pacientes e familiares, canais de comunicação amplos e acessíveis, além de laudos claros e de fácil compreensão.

Casos extremos

Segundo relatado pelo portal norte-americano Aunt Minnie, uma equipe liderada por Dra. Michelle O’Connor, da University College Dublin, na Irlanda, descobriu que técnicos em Radiologia também relatam desafios na comunicação com pacientes suicidas, o que muitos atribuíram à falta de treinamento. No entanto, também manifestaram interesse na educação relacionada ao cuidado desses pacientes.

“Quase todos os entrevistados tinham alguma experiência em exames de imagem de pacientes suicidas, mas descreveram sentir-se inadequadamente preparados para cuidar desses pacientes, apoiando a necessidade de mais educação”, relatam os pesquisadores.

Embora estudos anteriores tenham analisado as experiências, atitudes e necessidades educacionais de vários grupos de profissionais de saúde no cuidado de pacientes suicidas, os pesquisadores apontaram que os radiologistas não foram incluídos.

Para colmatar esta lacuna de conhecimento, a equipe de O’Connor entrevistou radiologistas que trabalham em 23 hospitais de cuidados intensivos em toda a Irlanda. O estudo incluiu dados de 104 radiologistas, 100 dos quais relataram ter experiência com exames de imagem de pacientes suicidas.

Os investigadores também descobriram que 94% dos entrevistados relataram não ter recebido qualquer formação em cuidar de pacientes suicidas e que 84% afirmaram não serem capazes de reconhecer pacientes suicidas. A idade do técnico de radiologia, os anos de experiência e a exposição a pacientes em crise não tiveram influência estatisticamente significativa na capacidade auto-relatada de identificar comportamento suicida.

Finalmente, os entrevistados da pesquisa classificaram globalmente as seguintes habilidades como as mais importantes no cuidado de pacientes suicidas: escuta, empatia, paciência, compaixão e comunicação.

Os autores do estudo escreveram que, com base nestes resultados, a educação deve ser fornecida aos radiologistas para melhorar a sua confiança no cuidado dos pacientes.

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