Mamografia de Janeiro a Dezembro: Por um ano inteiro Rosa

Muitas mulheres reclamam da dor provocada pela mamografia ou até deixam de fazer o exame para evitar o incômodo. Essa realidade é comprovada por mastologistas e radiologistas que lutam para desmistificar o mito negativo dos que pregam erroneamente contra o exame e confundem, assim, a população.

Atualmente, mais de 12 mil mulheres morrem por ano no Brasil em decorrência da doença, o que representa 2,5% das mortes femininas no país. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Dr. Carlos Alberto Ruiz, a maioria morre por falta de informação, já que poderia ter diagnosticado precocemente o tumor com o exame de mamografia, aumentando assim as chances de cura, que para este tipo de câncer pode chegar a 95%. “São mais de 52 mil novos casos a cada ano. Quanto mais cedo for diagnosticado, maiores são as chances de cura. E sem sombra de dúvidas, a mamografia é o caminho melhor e mais seguro”, afirma.

Ele lembra ainda que para efetivar o atendimento e prevenir o câncer de mama as mulheres precisam desfazer mitos que as afastam da mamografia. Por exemplo, o medo de encarar um possível diagnóstico, a falsa ideia de que o exame é doloroso e até questões culturais, como vergonha do médico ou ciúmes do marido.

A médica Linei Urban, coordenadora da Comissão Nacional de Mamografia, endossa as palavras do mastologista, ressaltando que a capacidade de detecção do câncer em fase inicial também é maior se a mulher realizar a mamografia. Segundo a médica, um dos mitos em torno da realização do exame é que a compressão do tecido mamário pode causar a disseminação do câncer pelo corpo, porém, ela afirma que não existem estudos clínicos ou laboratoriais que comprovam isso. “O deslocamento mecânico das células não leva ao desenvolvimento de novos focos tumorais”, diz, acrescentando que outra questão falsa é sobre o risco do surgimento do câncer de mama a partir da exposição anual à radiação, o que, segundo ela, estudos já comprovaram ser desprezível esse impacto.

De acordo com Linei, comprovadamente, a mamografia ajuda a salvar vidas. Ela lembra estudo publicado recentemente pelo British Journal of Cancer, estimando que com o exame é possível evitar 1.121 mortes a cada 100 mil mulheres, entre 50 a 74 anos, rastreadas. Para a médica, um problema a ser combatido é sobre o câncer de mama que surge no intervalo entre os exames de mamografia, chamado de carcinoma de intervalo. Para a solução, programas de rastreamento já reduziram o intervalo entre os exames de mamografia. “Para as pacientes de alto risco, outros métodos de diagnósticos foram introduzidos para reduzir o câncer de intervalo”, finaliza.

Fonte: Sociedade Brasileira de Mamografia.

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