Pesquisadores criaram um sistema de relatórios com base em uma escala de segurança para diagnóstico já implementada.

Quando um paciente com possível COVID-19 se apresenta no departamento de radiologia, ele pode ser encaminhado para uma série de procedimentos de urgência que incluem isolamento, testes, protocolos rigorosos de limpeza e o uso de equipamentos de proteção individual escassos.

Desejando fornecer aos médicos um processo claro para relatar e iniciar essas próximas etapas, os especialistas da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo processo fácil e “inequívoco” para os pacientes com suspeita da doença.

Outras instituições, como a Sociedade Radiológica Holandesa, já haviam projetado anteriormente esses sistemas de relatórios e dados. Mas esses não abordam especificamente os fluxos de trabalho do departamento de radiologia, incluindo rastreamento e comunicação de contatos.

Agora eles implementaram um sistema de relatórios “projetado localmente” no Brigham and Women’s Hospital, com 71% dos relatórios usando a terminologia recomendada nos primeiros dois meses.

“Esses protocolos provavelmente se tornarão ainda mais importantes no futuro, à medida que as medidas de mitigação diminuírem e a epidemia transitar para uma fase endêmica, com muitos pacientes esporádicos e insuspeitados”, afirmam Dr. Mark Hammer do Departamento de Radiologia da instituição afiliada a Harvard e colegas.

Especialistas em radiologia e liderança hospitalar, juntamente com especialistas em controle torácico e de infecção, todos colaboraram para desenvolver o novo sistema de relatórios, com base em uma escala de segurança para diagnóstico já implementada.

Brigham pede aos radiologistas que usem termos como “consistente com” para um diagnóstico de COVID confirmado por testes de laboratório, e “muito improvável” ou “mais provável” sem essa prova.

Se um diagnóstico de coronavírus é improvável, o hospital pediu aos radiologistas para não usarem “COVID-19” em seus relatórios.

As diretrizes de Brigham também têm respostas detalhadas para os médicos e a equipe de operações. Por exemplo, em pacientes que não são suspeitos de ter o vírus, mas que apresentam sinais nos exames de imagem, é solicitado aos radiologistas que alertem os especialistas em controle de infecção hospitalar.

De acordo com os pesquisadores, isso garantiria que os procedimentos adequados de limpeza e rastreamento de contatos ocorram.

Resultados

Após a implementação, a equipe de pesquisa realizou uma revisão retrospectiva para avaliar o uso da nova diretriz. Dos mais de 77.000 relatórios escritos em março e abril, 1.083 sugeriram o COVID-19 com base em resultados de imagens.

E 774 desses relatórios (71%) usaram a terminologia recomendada. Dos 574 pacientes sem COVID-19 conhecido no momento da imagem, 60% foram eventualmente diagnosticados com a doença.

“Nosso estudo tem várias limitações, principalmente por se tratar de uma análise retrospectiva de centro único. No entanto, mostramos a rápida implementação bem-sucedida de nossas diretrizes operacionais locais para lidar com suspeitas de achados de imagem com COVID-19”, concluiu a equipe.

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